sábado, 16 de abril de 2011

"Temos de nos tornar na mudança que queremos ver". (Mahatma Gandhi)

Ultimamente tudo anda muito corrido na minha vidinha. Aquela vidinha que achava que era normal e tranquila... hoje, depois de meses de tempestade, os dias nublados, aos poucos, vão dando lugar a um solzinho tímido, mas que traz um calorzinho leve de volta, pra  aquecer a alma.
Embora tenha muita coisa fervilhando na cabeça e no coração pra dividir com vocês - sentimentos espalhados e perdidos, que a gente encontra revirados na bagunça do peito aberto - o tempo não me tem permitido esse luxo!
Só pra não ficar tão desatualizado por aqui, resolvi postar mais um texto da Beth Valentim. Noooossa fiquei fã dos textos dela!!! Parece que ecoam de dentro de mim.... Vale a pena conferir!

O SOL DE MINHA VIDA

(por Beth Valentim em 13/04/2011)

Nas esquinas senti a virada do corpo fazendo um movimento diferente. Algo de novo surgia e toda vez que dobrava a rua, percebia o sol brilhar em meu rosto…
O coração palpitando e o ser em fogo clamando por socorro. O tempo todo a intrusa memória do passado que ficou para trás queria voltar, as lembranças dilatavam meu peito e queria dormir para sempre.

Logo depois de um amanhã vi o meu rosto tranqüilo. Deixei de lado as lágrimas e a chama acesa que vibrava quando sentia a saudade de um amor desqualificado, perturbador e sem censuras. E também as desfeitas que sofri, maus tratos e desavenças.
Vim de longe. Tentei tantas saídas e enfrentei desertos. Encontrei oasis e bebi de fontes cristalinas. Deixei cair a torrente da cachoeira bela sobre a carne viva para poder cicatrizar. Vivi memórias, subi colinas, escorreguei de cima das embrulhadas que fiz com o destino. Cai de quatro, arrastei as pernas e finalmente segui em frente.

Hoje o sol em minha vida é o escudo principal, primordial. O brilho que afaga a existência de uma mulher que procura o sucesso. Ah, o sucesso de estar por cima, de dizer não a todas as emboscadas que têm o melado do tom dos outros dias. A voz do eco de coisas que me foram felizes, mas eu não quero mais estar por essas subidas e descidas de conflitos e tristezas…jamais.
Senti frio em uma das esquinas. Em outra o vento forte deixou as minhas coxas de fora. No meio da multidão de mais uma delas perdi um pedaço de mim, mas encontrei outro - O talento de não ser mais carente e sim ser decente. Alguém superior que não fica na barra da saia do outro, qualquer outro, de um lugar, do trabalho que esnoba ou mesmo de amizades hipócritas.

O sol em minha vida fez a curva. Como brilhante dos bons se refez e enfeitou o céu da exclusiva e única felicidade. A que posso partilhar agora com mais serenidade, com a certeza da troca de excelência, não abro mão de ser como sou depois das esquinas que dobrei.
Fui atrás.
Torturei os desejos, mas eles me deram retorno.
Perturbei a vocação de boboca e ela se colocou no seu lugar.
Aqueci as turbinas da guerreira mulher que me fez melhor, lúcida.
Afastei os contatos constantes que tiravam a concentração. Agora vejo o que aprovo.
E entendi que precisava ser muito mais do que estava sendo para assumir quem sou.
E venci.

Em cada esquina um segredo, uma descoberta. As verdades que sobressaem e as mentiras que se esquivam porque não querem ser derrubadas. Enfim, contanto que o sol de minha vida permaneça, vou continuar virando cada uma delas e encontrando o que me faz bem, nada mais.














Um comentário:

  1. oi marilia, obrigada pela honra em estar em seu belissimo blog...bjks querida bELA
    beth valentim

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