quinta-feira, 16 de julho de 2009

cala boca, magda!

Sempre tive o costume de dividir com as paredes do quarto meus mais profundos sentimentos. Falo tanto que as palavras saem, além da boca ou dos cotovelos, pelos lugares mais ocultos e esquisitos que o corpo humano pode ter.
A fim de evitar que os amigos me arremessem por janelas ou me amarrem no fundo de um poço, por não aguentarem minha tagarelice serial killer, falo sozinha, acordada ou dormindo, falo com os espelhos - enquanto danço enlouquecidamente - com o travesseiro, com Têto (meu ursinho smile, pra quem não conhece), com frascos de xampus que dão bobeira, falo no ventilador desde pequena. É uma vergonha! Uma exibição de anormalidade. Tão ridiculo que eu nunca deveria ter falado sobre esse assunto, mas... falo mermo!
Sempre tenho histórias quilométricas para contar, cheias de detalhes, drama, humor, exageros... e uma sempre me lembra outra, que me lembra alguém, que me lembra o que fulano contou para sicrano que me contou. É um tormento.
Uma verborragia escrita, falada, com direito a gestos, mímicas e efeitos sonoros. Alguem me escreve um e-mail : "e ai gabby dá notícias!", e eu escrevo um romance de no minimo 500 folhas.

Essses dias estou vivendo uma experiência muito legal. Que pretendo dividir com vocês em breve. E foram uma dessas experiências o que hoje me fez refletir sobre técnicas para manter as palavras na boca sem que elas cometam atos suicidas, se atirando sem pensar , é o fato de estar convivendo com pessoas que (pasmem) falam mais do que eu.
Falam tanto, sem respirar, sem pensar, em hipertexto... como são tagarelas! E como me sinto péssima por identificar nelas caracteristicas que não consigo tirar de mim!
Porque não sou tímida, calada, discreta, delicada? Por que sou destrambelhada, extravagante, de movimentos exagerados, de sentimentos fortes, discreta como um trator ou uma britadeira? Por que não consigo controlar o Ouro Preto Rio Doce que existe dentro de mim??? Barulhento e saculejador? reconhecido a distância pela 'discrição'?

Pisem no meu pé, chutem a minha canela. Eu não gosto de falar tanto assim. Mas se não falar, enlouqueço.

Não tenho coragem de dizer a alguem "cala boca, tu fala demais!", simplesmente por não querer magoar um igual. Aí tenho crises de riso. Acho graça. Do outro e de mim mesma por me ver no outro.

Por favor, dicas. Amigos são para essas coisas.